terça-feira, setembro 04, 2007









Sobre o leito prateado ela respira,
transpira,
a noite ardente
é como um dia no deserto.
As horas são rubras
como as chamas,
os minutos
labaredas,
um segundo,
uma fagulha,
no compasso da brasa
se faz o tempo da luz.
Inspira,
incenso e fogo no perfume entorpecente,
ela se curva,
se reclina,
se revira,
porque ela serve a seu senhor,
o vento quente,
ela se estira,
indolente,
no chão a trama almiscarada de um véu.
Na pele a textura,
extasiada suspira,
ali deitada na areia,-
não tira os olhos do céu.

- Lui -

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